A torcida do Seattle Sounders se despediu da Copa do Mundo de Clubes, nesta segunda-feira (23), na derrota para o Paris Saint-Germain, em Seattle, mas não sem antes exibir, em uma partida internacional, seu engajamento político e sua disposição para atos em defesa da Palestina.
Exibindo bandeiras palestinas, os torcedores da casa tomaram um setor significativo do Lumen Field com a manifestação, aumentando assim a pressão sobre a Fifa (Federação Internacional de Futebol), organizadora da competição.
Diversos setores internacionais têm enxergado falta de critério nas decisões da entidade máxima de futebol. A cobrança é pela exclusão de Israel de todas as competições internacionais, por causa de seus ataques contra palestinos na Faixa de Gaza, a exemplo do que foi feito com a Rússia após o início da Guerra da Ucrânia.
Manifestações pró-Palestina já haviam ocorrido na final da Champions League, no dia 31 de maio, na Allianz Arena, em Munique. Torcedores do Paris Saint-Germain exibiram faixa com os dizeres “pare o genocídio em Gaza” e entoaram cantos de teor semelhantes.
Atos do tipo têm sido registrado em vários pontos do mundo. Antes isolados em jogos de equipes como o Celtic, da Escócia, e do Deportivo Palestino, do Chile, os protestos ganharam palcos de maior repercussão, como ocorreu na Champions e ocorre agora na Copa do Mundo de Clubes.
No caso da competição organizada pela Fifa, a manifestação ganha outro significado por ocorrer nos Estados Unidos, histórico aliado de Israel. A atuação norte-americana em outro conflito de Israel, contra o Irã, ampliou as tensões no país-sede do Mundial.
O Código Disciplinar da Fifa proíbe manifestações políticas, o que nem sempre é um empecilho para os torcedores do Seattle Sounders. Os dirigentes do clube lidam há anos com pressões da MLS (Major League Soccer, a liga de Futebol dos Estados Unidos) e da Concacaf (Confederação das Associações de Futebol da América do Norte, Central e Caribe) por causa de atos com teor político.
Em 2017, torcedores dos Sounders foram expulsos de uma partida da MLS, em Vancouver, por exibir cartazes com os dizeres “antirracista, antifascista, sempre Seattle”.
Após um ato pró-Palestina, em outubro de 2023, em jogo contra o Dallas FC, o Seattle Sounders foi obrigado atualizar oficialmente o código de conduta da torcida, proibindo especificamente faixas com posicionamento sobre esse tema.
Dias depois do anúncio da nova regra, o músico Macklemore, vencedor de um Grammy, cuja família possui uma participação minoritária nas ações dos Sounders, manifestou seu apoio ao povo palestino em um comício em Washington.
