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Esporte

Susanne Schirato, a artista mergulhadora – 16/07/2025 – É Logo Ali

O que mergulho, bordado, veterinária e artes plásticas têm em comum? Para Susanne Schi

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O que mergulho, bordado, veterinária e artes plásticas têm em comum? Para Susanne Schirato, a resposta é: tudo. Ela inaugurou no último dia 9 de julho, no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro, a mostra “Expedição”, que apresenta, até 30 de agosto próximo, 18 obras escolhidas junto com o curador Felipe Barros de Brito, que buscam refletir suas experiências com mergulho em cavernas.

“Eu brinco que eu sou um quebra-cabeças”, conta Susanne. “Tenho uma porção de pecinhas que me compõem”.

Veterinária de formação, Susanne descobriu o fundo do mar em 1998, e, em 2006, resolveu deixar o trabalho em uma grande empresa farmacêutica para se dedicar totalmente a suas duas paixões: o mergulho em cavernas, que divide com o marido e instrutor Sérgio Schirato, e as artes. Ela participa de uma ONG chamada (GUE) Global Underwater Explorers, que investe na formação de mergulhadores técnicos capazes de participar de projetos de pesquisa e exploração em aquíferos, nascentes e cavernas alagadas.

“A gente reporta tudo o que mapeia para a comunidade científica da USP (Universidade de São Paulo) para que eles consigam analisar a água, a formação rochosa etc, então não se trata de praticar o mergulho pelo mergulho em si ou pela aventura, mas sim de tentar usar essa habilidade em prol da ciência”, explica ela.

E onde entram as artes e, as diferentes técnicas adotadas, nisso tudo?

“Eu tenho uma tendência ao têxtil, gosto muito de usar o bordado ou até a mesma trama do crochê, que é uma técnica que aprendi ainda pequena com minha família, que é do Nordeste, e que gosto de aplicar em mapas, usando a delicadeza do bordado, por exemplo, para descrever os equipamentos técnicos que uso na água, como um cabo de mergulho, em um contraponto da brutalidade e da rigidez desses equipamentos com a suavidade e a delicadeza do bordado”, define.

Além de bordados, crochês e cerâmicas, Susanne também tem trabalhos de pintura, que na mostra diz refletirem “as paisagens do subterrâneo, como por exemplo, a expedição de que fiz parte para a Antártida, onde mergulhei sob os icebergs”. Nessa viagem, inclusive, ela conta que passou por um perrengue de respeito, ao ter a luva furada dentro de uma água literalmente congelante. “Como não podia sair da água de uma vez, por causa da pressão, tive que ficar 21 minutos com a pele exposta àquela temperatura”, explica (e você reclamando de lavar louça com água fria da torneira…).

Baixa ou nenhuma visibilidade em cavernas alagadas, conta Susanne, também fazem o coração bater mais forte. “Às vezes é difícil achar a saída, e eu penso nas minhas duas filhas que me esperam lá fora, porque é muita responsabilidade entrar em um ambiente no qual você sabe que seu corpo não foi feito para aquilo”.

Em todo caso, a artista-mergulhadora-veterinária-pesquisadora já está iniciando as filhas nas técnicas de mergulho. “A mais velha, Sofia, com 15 anos, já mergulha em águas abertas, e Eduarda, que vai fazer 11, ainda está só no snorkel”, conta orgulhosa da prole.

Depois do Rio de Janeiro, a exposição deve ir a Brasília, Recife e Salvador, mas ainda não tem previsão de chegar a São Paulo —e não é por falta de mar, mas, sim, de patrocínio. “Estamos em busca de uma instituição que viabilize trazer esse formato de mostra para São Paulo”, provoca.

Expedição

  • Onde: Centro Cultural Correios RJ – Galerias I e II, rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro
  • Horário de visitação: de terça-feira a sábado até 30 de agosto, das 12h às 19h
  • Entrada franca


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