quinta-feira 7, agosto, 2025 - 9:36

Esporte

Sócios do Corinthians decidem o futuro de Augusto Melo – 06/08/2025 – Juca Kfouri

Dado o horário, a coluna deixa para domingo qualquer comentário sobre o Dérbi disputad

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Dado o horário, a coluna deixa para domingo qualquer comentário sobre o Dérbi disputado pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

Tenha seguido vivo, tenha sido eliminado, apesar da imensa importância futebolística do jogo para o Corinthians na nova má temporada em 2025, eufóricos ou deprimidos, os corintianos terão no sábado (9), em Parque São Jorge, o embate político mais importante dos últimos anos da história alvinegra.

Caberá aos sócios decidir se Augusto Melo, réu por furto qualificado, associação criminosa e lavagem de dinheiro, segundo inquérito da Polícia Civil paulista, acusação do Ministério Público e denúncia da Justiça, voltará à presidência do Corinthians ou sofrerá o impeachment.

Parece inevitável o afastamento definitivo do cartola que conseguiu ser pior que seus antecessores Duílio Monteiro Alves e Andrés Sanchez, ambos com folha corrida digna de expulsá-los do clube.

A improvável manutenção de Melo significará desafio temerário à ideia de que o Corinthians é maior que o abismo, tão desastrosos foram os resultados de sua curta gestão, devidamente antecipados ainda antes de ele se eleger contra alternativa também pavorosa.

Acreditem a rara leitora e o raro leitor, mas ainda assim haverá quem vote pela volta do cartola afastado, assim como houve quase 40 mil extremistas fantasiados, por fora ou por dentro, de Tio Sam para reivindicar que o Brasil se dobre à chantagem de um doidivanas de cabeça alaranjada.

Impedir e expulsar Melo é tão necessário como é imprescindível que quem venha a substituí-lo tenha, ao menos, ficha limpa, mesmo que honestidade não seja garantia de competência.

O Corinthians precisa das duas coisas como a vida necessita de oxigênio.

Será impossível encontrar alguém sem nenhum vínculo com o passado da política corintiana, porque inexistem marcianos entre os conselheiros.

Negar tal evidência, além de ingênuo, é tosco.

Diógenes pode percorrer com sua lanterna todas as alamedas de Parque São Jorge, das mais iluminadas aos subterrâneos da Fazendinha, ou às gavetas indevassáveis do trio Sanchez$Alves$Melo, que não encontrará ninguém desligado do passado, embora certamente vá encontrar muita gente honesta.

O Corinthians é potência econômica como nenhum outro clube de futebol do país, ainda mais se separar o futebol do social.

Em meio ao descalabro total, tem sido capaz de faturar mais de bilhão por ano —o que faz da dívida, de mais de R$ 2 bilhões, tão assustadora como pagável.

Para tanto, a receita é óbvia: decência na administração, planejamento na gestão e contenção rigorosa de despesas.

Além de transparência no relacionamento com a Fiel.

Será imprescindível não vender sonhos de conquistar títulos imediatamente sem o sacrifício do fundamental.

Na mesma medida, revelar amor e abnegação ao glorioso escudo desenhado pelo ex-jogador corintiano, campeão do Centenário da Independência, em 1922, e admirável artista plástico, Francisco Rebolo.

Diante da importância deste sábado, ter eliminado o Palmeiras, ou caído diante do favoritismo do rival em sua casa, é o de menos.

A bola está nos pés e a cédula nas mãos dos sócios.

O Corinthians espera que cada um cumpra com o seu dever.


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