Jogos entre os quatro grandes clubes do Estado de São Paulo —São Paulo, Santos, Corinthians e Palmeiras—, além de Guarani e Ponte Preta, de Campinas, seguirão com torcida única. A decisão foi tomada pela FPF (Federação Paulista de Futebol), atendendo a uma recomendação do MPSP (Ministério Público de São Paulo).
De acordo com o promotor de Justiça Roberto Bacal, jogos com torcida única, adotados no Estado de São Paulo desde 2016, têm apresentado bons resultados. Ele citou como exemplos o aumento de público nos estádios e a diminuição na ocorrência de crimes nas praças esportivas e em seu entorno.
“Ao contrário da boa prática referida, os jogos realizados em São Paulo entre grandes equipes e rivais dos Campeonatos Brasileiro e da Copa do Brasil, bem como da Libertadores da América, diante da experiência verificada, tem trazido diversos incidentes de intolerância, violência incontrolável e inadmissível nos dias atuais aos estádios paulistas”, escreveu Bacal na recomendação direcionada à FPF.
A eficácia da torcida única, contudo, é questionada por especialistas. Eles apontam que as brigas apenas se deslocaram dos arredores dos estádios para os trajetos de ida e volta de delegações e torcedores.
No fim de outubro, torcedores do Cruzeiro foram atacados por membros da torcida organizada Mancha Alviverde, do Palmeiras, na altura do km 65 da rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, região metropolitana de São Paulo. O confronto resultou na morte de um torcedor cruzeirense, além de 20 feridos.
Em novembro, foi a vez de o ônibus que transportava as jogadoras da equipe feminina do Palmeiras ser apedrejado em trecho da rodovia Castelo Branco, no trajeto de Vinhedo (SP), onde as atletas treinam, até a capital.