O que ver se, ao mesmo tempo, as meninas do vôlei disputavam as oitavas de final do Campeonato Mundial e as do futebol jogavam as semifinais do Campeonato Brasileiro?
Um jogo em Bancoc, na Tailândia, e outros dois em Belo Horizonte e em São Paulo.
Quem prefere o futebol ao vôlei não teve dúvida —e vice-versa.
O vôlei feminino encanta mais que o masculino porque as bolas ficam mais tempo no ar. Questão de gosto, é claro.
O futebol das mulheres é cada vez mais tão competitivo como o dos homens. Há os que não gostam, e azar deles, simplesmente porque é melhor gostar de muitas coisas do que de poucas.
Sobre as oitavas do vôlei não havia nenhuma dúvida em relação à superioridade brasileira, e mesmo assim o jogo começou com surpreendente vitória das dominicanas por 25/18.
Elas não deveriam ter dado o susto.
Logo foram castigadas com 25/12, 25/20 e 25/12 —o que permitiu olhar com mais atenção para Cruzeiro 1, Palmeiras 2 e Corinthians 2, São Paulo 2, dois ótimos jogos.
Acreditem a rara leitora e o raro leitor: o Horto estava mais bonito para ver as Cabulosas que o Canindé para torcer pelas Brabas.
Foram 13.533 de azul na capital mineira e apenas 7.808 de preto e branco na paulista, as cruzeirenses em busca de sua primeira final e as corintianas pela nona seguida, com seis taças, cinco consecutivas.
As alvicelestes tinham vencido em Barueri por 3 a 1 e foram superadas pelas alviverdes, também porque a goleira Camila falhou nos dois gols. No placar agregado, as Palestrinas acabaram eliminadas.
As alvinegras também haviam ganhado das Soberanas por dois gols de diferença, no Pacaembu, e com o empate garantiram jogar a partida de volta das finais em casa, dia 14 de setembro, graças à vitória palmeirense que permitiu vantagem corintiana na contagem geral de pontos.
O Majestoso no estádio da Portuguesa teve tudo o que se exige de uma semifinal.
As tricolores foram massacrantes nos primeiros 15 minutos, quando tiveram uma oportunidade imperdível, porém perdida, mais duas boas chances e nada menos que cinco escanteios.
Desperdiçar gols contra as eficazes e experientes Brabas é mortal, e não deu outra: o Corinthians fez 1 a 0, com Mariza.
Valentes e determinadas, as são-paulinas empataram com Aline, sofreram o 2 a 1 de Andressa ainda no primeiro tempo e, nos acréscimos, viram a goleira Nicole impedir novo empate, ao defender pênalti cobrado por Bruna Calderan.
Isa empatou no segundo tempo, o São Paulo teve mais duas chances claras de ao menos vencer, nos acréscimos, mas o empate perdurou.
Até ameaça de tapa na cara teve entre Jaqueline e Bruna.
Corinthians e Cruzeiro se enfrentarão pela 12ª vez na história, e a vantagem paulista é abissal, com nove vitórias, um empate e apenas uma derrota, mas por estarrecedor 7 a 2, em 2024, revanche do 7 a 1 de um ano antes.
Em 2025, as Brabas venceram as Cabulosas na primeira fase do Brasileirão por 4 a 2, triunfaram na Supercopa por 1 a 0 e as eliminaram da Copa do Brasil nos pênaltis, depois de 1 a 1 no tempo normal.
VERÍSSIMO
Desfrutar da companhia de Luis Fernando Verissimo nas Copas do Mundo de 1986, 1994, 2006 e 2010 foi dos maiores prêmios que o jornalismo deu à minha vida.
Inesquecível.