Pedro Nuno Santos fez estas declarações aos jornalistas na Fundação Mário Soares e Maria Barroso, em Lisboa, depois de confrontado com a possibilidade de a medida orçamental proposta pelo PS no sentido de um aumento extra em mais 1,25 pontos percentuais das pensões até 1.527 euros ser aprovada contra a vontade do Governo, na quinta-feira, durante a fase de especialidade do Orçamento do Estado para 2025.
“Hoje já todos percebemos que há espaço orçamental para isso. Portugal fez um avanço muito importante ao longo dos anos para melhorar os rendimentos dos nossos reformados, mas a verdade é que as pensões em Portugal continuam muito baixas e temos um custo de vida que continua a aumentar”, começou por argumentar o líder socialista.
A seguir, Pedro Nuno Santos declarou: “Não me passa sequer pela cabeça que o Governo e que o PSD, que apoia o executivo, não apoie e não viabilize a proposta do PS”, afirmou.
O secretário-geral do PS repetiu a ideia de que o seu partido “continua a defender o equilíbrio das contas públicas”, mas contrapôs que esse equilíbrio “não está posto em causa com o aumento de pensões proposto” pela bancada socialista.
“Se o Governo e o PSD estavam disponíveis para reduzir o IRC em dois pontos percentuais – e isso é perda de receita permanente -, e cada ponto percentual de IRC são cerca de 330 milhões de euros, então não estão disponíveis para um aumento das pensões que é inferior a 300 milhões de euros?”, questionou.
Pedro Nuno Santos completou que o PS tem de defender “o povo e quem trabalhou uma vida inteira”.
“Foi este o partido que os fundadores do PS criaram. Temos muito orgulho em continuar. Quando há margem orçamental, ela deve ser usada para melhorar a vida do nosso povo, desde logo dos milhões de reformados que temos em Portugal”, acrescentou.