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Grupo universitário dos EUA negocia acordo de R$ 2,7 bi – 15/12/2025 – Esporte

Uma das conferências esportivas universitárias de elite dos Estados Unidos está perto

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Uma das conferências esportivas universitárias de elite dos Estados Unidos está perto de finalizar um acordo que pode remodelar a economia do atletismo universitário e acelerar a entrada de capital privado.

A Conferência Big 12 está finalizando uma parceria com a RedBird Capital Partners e a Weatherford Capital que disponibilizará até US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) em financiamento para suas universidades-membro, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

O acordo é um sinal de como o atletismo universitário é a próxima fronteira do investimento esportivo, à medida que se profissionaliza e universidades e conferências atraem capital de investidores. Um acordo antitruste histórico em junho permitiu que as universidades compartilhassem receitas com os jogadores, pondo fim ao modelo amador.

A estrutura não era uma venda de ações nem um financiamento de dívida convencional, mas um acordo de compartilhamento de receitas projetado para ajudar as universidades a lidar com a crescente pressão financeira, disseram as fontes.

As conferências — alianças abrangentes de escolas — competem em uma variedade de esportes sob a governança da NCAA (National Collegiate Athletic Association).

No cerne do acordo está um problema que praticamente não existia há cinco anos. A legalização dos pagamentos por “nome, imagem e semelhança” (NIL, na sigla em inglês), em 2021, permitiu que atletas universitários ganhassem dinheiro com patrocínios, mas o sistema rapidamente se transformou em um mercado aberto para talentos, impulsionado pelo chamado “portal de transferências”.

Jogadores estrelas agora podem ser atraídos por pacotes multimilionários, drenando o dinheiro de doadores que antes fluía para os departamentos de atletismo e deixando as universidades lutando para cobrir déficits orçamentários cada vez maiores.

“Os esportes universitários nunca foram concebidos para operar como empresas”, disse uma pessoa envolvida nas discussões. “Eles não geram fluxo de caixa livre suficiente, e o sistema NIL expôs isso brutalmente.”

A proposta da RedBird é que o capital, aliado a operações comerciais profissionalizadas, pode estabilizar o modelo.

Gerry Cardinale, fundador da RedBird, construiu uma reputação por investir em ativos esportivos e de mídia para ajudar a modernizar as estruturas de negócios e gerar crescimento de receita recorrente. Cardinale, que é dono do clube italiano Milan, também lidera a oferta hostil de aquisição da Warner Bros. Discovery pela Paramount, juntamente com a família Ellison, o que demonstra como capital e conteúdo estão convergindo nos setores de entretenimento e esporte.

Sob o acordo proposto, a empresa de investimentos se associaria à Big 12 para desbloquear novas fontes de receita —principalmente patrocínios— oferecendo também às universidades a opção de captar capital em troca de uma participação nas receitas futuras. As universidades não abririam mão da propriedade da conferência ou de seus departamentos de atletismo, e a participação seria voluntária.

“A RedBird também trabalhará com a Conferência para identificar oportunidades de investimento complementares dentro e fora do ecossistema do atletismo universitário que criarão novas fontes de receita e valorização de ativos a longo prazo”, disse a Big 12 em um comunicado ao Yahoo Sports, que divulgou a notícia em primeira mão.

Fontes familiarizadas com o acordo afirmam que a RedBird já ajudou a gerar aproximadamente US$ 145 milhões (R$ 783 milhões) em novas receitas contratadas para a Conferência por meio de acordos de patrocínio, demonstrando o que considera ser propriedade intelectual submonetizada no esporte universitário. O financiamento complementaria esse esforço comercial, oferecendo liquidez sem forçar as universidades a fixar avaliações ou assumir dívidas com vencimentos que possam ter dificuldade em honrar.

As conferências frequentemente têm dificuldade em chegar a um consenso, com os programas mais ricos, de “grandes mercados”, menos motivados a adotar reformas financeiras do que seus pares menores. O acordo da Big 12 é notável justamente por representar uma rara ação coletiva.

O esporte universitário americano gera dezenas de bilhões de dólares em direitos de mídia e patrocínio, impulsionados principalmente pela popularidade do futebol americano e do basquete. No entanto, as universidades permanecem legalmente distintas das franquias profissionais. O influxo de capital privado —mesmo em formas híbridas, como o compartilhamento de receitas— levanta questões sobre governança, equilíbrio competitivo e se as próprias conferências ainda fazem sentido como intermediárias.

Os defensores argumentam que o modelo poderia ajudar a financiar não apenas o futebol americano e o basquete, mas também os esportes femininos e os programas olímpicos que dependem de receitas geradas em outras áreas. Os críticos temem que isso represente mais um passo rumo à profissionalização completa do esporte universitário.

De qualquer forma, pessoas próximas às negociações afirmam que o acordo com a Big 12 provavelmente não será o último.

“Este é um primeiro passo”, disse uma delas. “Uma vez que se demonstre que o capital pode resolver os problemas sem assumir o controle, outros seguirão o exemplo.”



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