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Fifa concederá prêmio da paz após Trump perder o Nobel – 05/12/2025 – Esporte

Donald Trump deve receber o primeiro “Prêmio da Paz” da Fifa (Federação In

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Donald Trump deve receber o primeiro “Prêmio da Paz” da Fifa (Federação Internacional de Futebol) na tarde desta sexta-feira (5), marcando um novo ponto alto na amizade entre o presidente dos Estados Unidos e seu homólogo na entidade que governa o futebol, Gianni Infantino.

O novo prêmio, que a Fifa anunciou há um mês, será concedido durante o sorteio da Copa do Mundo no Kennedy Center de Washington —que Trump agora preside após destituir seu conselho em fevereiro.

O Primeiro-Ministro do Canadá, Mark Carney, e a Presidente do México, Claudia Sheinbaum, também devem comparecer ao sorteio. Os três países serão co-anfitriões do torneio no próximo verão.

A Fifa até agora manteve sigilo sobre a identidade do vencedor do prêmio. Quando perguntado recentemente em um evento se Trump receberia o prêmio, Infantino disse: “Vocês verão.”

Mas espera-se que Trump seja homenageado por seus esforços para encerrar conflitos em Gaza, na Ucrânia e na República Democrática do Congo.

Infantino já disse anteriormente que Trump deveria receber o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho para garantir um cessar-fogo no conflito de Israel com o Hamas em Gaza. O comitê com sede na Noruega concedeu o prêmio deste ano à líder da oposição venezuelana María Corina Machado.

O evento glamoroso de sexta-feira será co-apresentado pela supermodelo alemã Heidi Klum e pelo ator de Hollywood Kevin Hart, e inclui uma apresentação ao vivo do Village People. O hit disco dos anos 1970, YMCA, foi presença constante nos comícios da campanha presidencial de Trump.

Trump e Infantino estabeleceram um vínculo estreito nos últimos anos. O presidente da Fifa fez visitas regulares à Casa Branca e a Mar-a-Lago, compareceu à posse de Trump em janeiro e inaugurou um novo escritório da Fifa dentro da Trump Tower em Nova York em julho.

Em um evento de negócios em Miami no mês passado, Infantino disse que considerava Trump “realmente um amigo próximo” e pediu a seus oponentes que respeitassem o resultado da eleição de 2024, apoiando suas políticas.

“Ele tem uma energia incrível e isso é algo que eu realmente admiro”, disse Infantino sobre Trump. “Ele faz as coisas. Ele faz o que diz. Ele diz o que pensa. Ele diz, na verdade, o que muitas pessoas também pensam, mas talvez não se atrevam a dizer.”

Trump, que subiu ao palco no mesmo evento logo depois, elogiou Infantino como “uma figura importante”. O líder americano disse que não teria sido presidente durante a Copa do Mundo do próximo ano se não fosse pela “eleição fraudada” em 2020 que posteriormente o levou a concorrer novamente em 2024. Trump tem repetidamente afirmado falsamente que Joe Biden roubou a eleição de 2020.

“Não era para ser assim”, disse Trump. “Estou feliz com o jeito que as coisas aconteceram.”

O presidente dos Estados Unidos abraçou a Copa do Mundo e o futebol de forma mais ampla como uma plataforma para alcançar bilhões de pessoas ao redor do mundo. Neste verão, ele entregou o troféu na nova Copa do Mundo de Clubes da Fifa e depois ficou para comemorar com os jogadores do time vencedor, o Chelsea, da Premier League inglesa.

No mês passado, Cristiano Ronaldo juntou-se a uma delegação saudita na Casa Branca liderada pelo Príncipe Herdeiro Mohammed bin Salman. Trump disse que seu filho Barron era um “grande fã” de Ronaldo, de 40 anos, que agora joga na Arábia Saudita.

A Fifa garantiu importantes conquistas antes da Copa do Mundo do próximo verão. Os portadores de ingressos para o torneio terão agendamentos de visto acelerados sob um novo programa anunciado no mês passado, enquanto o “grande e belo projeto de lei” de Trump sobre impostos e gastos, aprovado em julho, destinou US$ 625 milhões (R$ 3,3 bilhões) em fundos federais para ajudar as cidades-sede com os custos de segurança.

Dirigentes da FifaA rejeitaram a ideia de que o prêmio da paz seja apenas uma concessão a Trump e apontaram para outras premiações concedidas pela entidade a políticos.

Em 2019, a Fifa deu a Mauricio Macri seu primeiro prêmio “Living Football”, seis meses depois que o então presidente da Argentina convidou Infantino para fazer um discurso na cúpula do G20 em Buenos Aires.

Desde então, Infantino tornou-se presença assídua em encontros diplomáticos como esse, incluindo a reunião de líderes mundiais no Egito, em outubro, para a assinatura do acordo de cessar-fogo em Gaza e a libertação dos reféns israelenses mantidos no território. Macri agora preside a Fundação Fifa.

Em uma carta ao jornal The Guardian no mês passado, o diretor de mídia da Fifa defendeu o novo prêmio. “Em vez de ser criticada por apoiar a paz em um mundo dividido, a Fifa deveria ser reconhecida pelo que é: uma entidade global que deseja construir um futuro melhor.”

No entanto, um ex-dirigente da Fifa descreveu a premiação como “surreal”, “descarada” e uma clara violação da declarada neutralidade política da organização.

“Este é o mundo em que eles vivem —onde a falta de vergonha é uma vantagem”, disse o ex-dirigente. “Você precisa ter um bom relacionamento com a nação anfitriã —mas isso vai além disso.”

A Fifa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A Fifa não forneceu detalhes sobre como o prêmio da paz foi concebido ou como o vencedor será escolhido, provocando críticas de grupos de defesa dos direitos humanos devido à falta de transparência.

A Human Rights Watch disse que escreveu à Fifa para “solicitar uma lista dos indicados, dos juízes, dos critérios e do processo” para o novo prêmio, mas não recebeu resposta.



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