quinta-feira 26, dezembro, 2024 - 8:58

Saúde

Estudo investiga relação entre personalidade e demência

Por que a personalidade de uma pessoa com demência muda? – iStock/monkeybusinessim

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Por que a personalidade de uma pessoa com demência muda?
Por que a personalidade de uma pessoa com demência muda? – iStock/monkeybusinessimages

Uma pesquisa recente publicada na Alzheimer’s and Dementia, da Alzheimer’s Association, investigou como os traços de personalidade podem influenciar o risco de desenvolvimento de demência.

]O estudo combinou dados de oito pesquisas anteriores, com um total de 44.531 participantes, cujas idades variavam entre 49 e 81 anos. Desses, 1.703 foram diagnosticados com o transtorno. Os indivíduos foram avaliados com relação aos seus traços de personalidade e também passaram por exames cerebrais post-morte.

Traços de personalidade e seu impacto

O estudo focou nos cinco grandes traços de personalidade e como eles se relacionam com a demência:

  • Abertura a rxperiências: Refere-se à curiosidade, criatividade e disposição para novas experiências.
  • Conscienciosidade: Relacionado à organização, autodisciplina e capacidade de planejar.
  • Extroversão: Preferência por interações sociais e estímulos externos.
  • Amabilidade: Reflete qualidades como empatia, confiança e cooperação.
  • Neuroticismo: Está associado à tendência de experimentar emoções negativas, como ansiedade e raiva. Além disso, os pesquisadores analisaram o impacto de dois tipos de afeto: o positivo (caracterizado por emoções como alegria e entusiasmo) e o negativo (envolvendo sentimentos como raiva e preocupação).

Assim, os resultados indicaram que o neuroticismo e o afeto negativo estavam ligados a um risco maior de demência, enquanto a conscienciosidade, a extroversão e o afeto positivo demonstraram um efeito protetor.

Personalidade e saúde cerebral

Embora os traços de personalidade tenham mostrado uma associação com o risco de demência, a pesquisa não encontrou uma relação direta entre esses traços e os danos cerebrais típicos da doença. Por exemplo, indivíduos com altos níveis de neuroticismo não apresentaram necessariamente mais danos cerebrais após a morte, sugerindo que, apesar de influenciar o diagnóstico de demência, a personalidade não está diretamente ligada aos sinais neuropatológicos observados.

Os pesquisadores concluíram que características de personalidade podem ser úteis para a detecção precoce e o planejamento de tratamentos para a demência.

Por exemplo, a abertura a novas experiências teve um efeito protetor em 42% dos estudos, e tanto o afeto positivo quanto a satisfação com a vida mostraram benefícios em 50% dos casos. Esses achados indicam que certos traços podem melhorar a capacidade de adaptação das pessoas a deficiências cognitivas, mesmo na ausência de uma conexão direta com os danos cerebrais típicos da doença.

Interessantemente, o estudo não encontrou correlações significativas entre fatores como gênero ou nível educacional e a relação entre personalidade e demência, contrariando alguns resultados de pesquisas anteriores.

 





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