Ainda sem conhecer seus adversários na fase de grupos da Copa do Mundo de 2026, nem os possíveis rivais no mata-mata, o mapa das expectativas já toma forma nas casas de apostas. Espanha, Inglaterra, França, Brasil e Argentina surgem, nesta ordem, como as favoritas ao título, segundo as casas de apostas brasileiras.
O caminho de cada seleção começará a ser traçado nesta sexta-feira (5), a partir das 14h (de Brasília), quando a Fifa realiza o sorteio das chaves do Mundial.
Campeã mundial em 2010, na África do Sul, a Espanha vive um de seus momentos mais luminosos desde sua “era de ouro”. Na Eurocopa de 2024, a equipe de Luis de la Fuente levantou a taça com uma campanha praticamente irretocável. Foram seis vitórias em sete jogos no tempo normal, precisando da prorrogação apenas contra a anfitriã Alemanha, nas quartas. Os 15 gols marcados, quatro a mais que qualquer outra seleção no torneio, reforçaram o retorno de um futebol dominante e protagonista.
Invicta há 31 partidas oficiais (25 vitórias e seis empates, sem contar disputas de pênaltis), a Espanha já superou até a sequência histórica entre 2010 e 2013, quando ficou 30 jogos sem derrota em meio às conquistas da Copa do Mundo e da Eurocopa. O cenário ajuda a explicar o favoritismo. Nas plataformas que atuam no Brasil, o título espanhol paga entre 5,4 (Casa de Apostas) e 6 (Betano e Superbet). Em números simples: R$ 100 apostados hoje podem se transformar em até R$ 600.
Finalista da última Eurocopa e campeã mundial em 1966, a Inglaterra segue logo atrás, com cotações entre 7 (Sportingbet e Bet365) e 8 (Betano). A consistência recente, somada a safra de talentos na nova geração inglesa, mantém o time de Thomas Tuchel no topo das projeções.
No pódio das favoritas também aparece a França, bicampeã mundial (1998 e 2018) e vice em 2022. As cotações variam de 7,5 (Sportingbet) a 8 (Bet365 e Superbet), sustentadas por um elenco que segue entre os mais fortes do planeta, mesmo após renovação parcial pós-Qatar.
“Essas cotações resultam de análises especializadas, que consideram não só o desempenho em competições, mas a ambiência de toda a temporada —confrontos recentes, histórico, adversidades e até o local da partida”, explica Hans Schleier, COO da Casa de Apostas.
O Brasil, por sua vez, deixou para trás o favoritismo quase automático que carregou por décadas. Quinto nas Eliminatórias, viveu turbulências desde o Mundial do Qatar, com mudanças de comando e tropeços inesperados. Mesmo sob Carlo Ancelotti, a seleção ainda tenta reencontrar estabilidade após derrotas surpreendentes para Bolívia e Japão e empates frustrantes diante de Equador e Tunísia. Hoje, aparece como a quarta força, com multiplicadores entre 8 (Betano) e 9 (Bet365 e Superbet).
Mesmo atual campeã e líder das Eliminatórias, a Argentina surge logo atrás. Com Messi provavelmente em sua despedida em Copas, a equipe de Lionel Scaloni é cotada entre 9 (Sportingbet) e 11 (Betano), reflexo das incertezas sobre a oxigenação do elenco e a adaptação pós-título.
Zebras pagam boladas quase impossíveis
Mesmo para quem gosta de mirar nas grandes viradas, o novo formato com 48 seleções —espalhadas entre Estados Unidos, México e Canadá— não altera um consenso: por mais democrática que seja a Copa, é improvável que países sem expressão no futebol mundial consigam se aproximar da taça.
Por isso, as cotações das seleções emergentes beiram o simbólico. Títulos de nações como Suriname ou Haiti, classificadas pela primeira vez, rendem multiplicadores na casa de 3.001,00. É o tipo de aposta que acena com retornos estratosféricos, mas que traduz muito mais a distância dessas equipes do topo do futebol global do que qualquer possibilidade real de surpresa.
De acordo com um relatório citado pela Bloomberg, o montante apostado globalmente na Copa do Mundo de 2022, no Qatar, teria chegado a US$ 35 bilhões (R$ 185 bilhões), um salto de 65% em relação à edição de 2018, na Rússia.

