Desde 2020, nenhuma equipe foi capaz de superar o time feminino do Corinthians no Campeonato Brasileiro feminino. O Cruzeiro chegou perto neste domingo (14), mas as Brabas —como são conhecidas as jogadoras do Corinthians— fizeram valer a vantagem de decidir diante da sua torcida, na Neo Química Arena, em São Paulo, para vencer por 1 a 0 e chegar ao sexto título consecutivo na competição. No jogo de ida, no último domingo (7), na Arena Independência, em Belo Horizonte, o placar foi de 2 a 2.
O triunfo, que frustra o sonho de um troféu nacional para o clube mineiro neste ano, representa a sétima conquista das alvinegras na competição —a primeira foi em 2018.
Com público de 41.130 pessoas, incluindo torcida visitante, a final registrou a maior renda da história do futebol feminino no Brasil, de R$ 1.237.699,00.
Embora tenha feito a melhor campanha da primeira fase, com 36 pontos, 80% de aproveitamento e apenas uma derrota (justamente para o Corinthians), o Cruzeiro jogou como visitante na partida de volta da final porque o time paulista, segundo melhor da primeira fase, com 34 pontos, 75% de aproveitamento e também só uma derrota (para o Palmeiras), contabilizou mais pontos no acumulado do mata-mata.
Neste domingo, o Corinthians manteve o domínio no meio de campo e foi mais ao ataque. No primeiro tempo, as visitantes foram sólidas na defesa e apostaram em contra-ataques.
Com muitas faltas, as melhores chances de gol vinham de bolas paradas até que, aos 34 minutos, a meio-campista Gaby Soares finalizou na entrada da área e acertou o travessão, quase abrindo o placar para o Cruzeiro. Do lado corintiano, as artilheiras do time, Jhonson e Gabi Zanotti, cada uma com oito gols na competição, chegaram algumas vezes com perigo, mas sem acertar a meta.
Embalado pela torcida, o time de Lucas Piccinato voltou do intervalo com ainda mais pressão à frente. O marcador foi aberto aos 4 minutos, depois que a goleira Camila Rodrigues deu rebote em chute de Duda Sampaio e a bola sobrou para a defensora Thaís Ferreira finalizar diante de um gol aberto.
Na última bola do jogo, a artilheira do Cruzeiro no campeonato, Letícia Ferreira, recebeu livre na segunda trave, mas mandou pelo lado de fora da rede.
Para chegar à decisão, as Brabas superaram o Bahia nas quartas de final, por 4 a 1 na soma dos dois jogos, e o São Paulo, por 4 a 2 no agregado, na semifinal. O Cruzeiro eliminou o Bragantino (2 a 0 no agregado) e o Palmeiras (4 a 3).
Com um time profissional formado em 2019, as jogadoras do Cruzeiro buscavam o quarto título da sua história, e o primeiro a nível nacional, após três troféus do Campeonato Mineiro, em 2019, 2023 e 2024.
“Não podemos deixar de exaltar toda a nossa trajetória. Terminamos em primeiro lugar, chegamos em uma grande final, fizemos uma linda festa em Belo Horizonte, fizeram uma linda festa aqui também; acho que isso é para ser exaltado”, disse Byanca Brasil, atacante do Cruzeiro, após o fim da partida. “É aprender com o dia de hoje para que lá na frente a gente possa sobressair e aí sim buscar o título.”
Tamires aproveitou a entrevista pós-jogo para provocar as adversárias. “Jogo se ganha dentro de campo, em cada ponto. Comemoraram antes dizendo ‘somos o líder’ e agora a gente mostra quem é o líder aqui.”
Apesar do amplo domínio no Brasileirão nos últimos anos, recentemente o Corinthians teve derrotas marcantes em outros torneios. No Paulista de 2024, perdeu para o Palmeiras nos pênaltis, e em março deste ano, foi superado pelo São Paulo na Supercopa.
Ainda em 2025, a equipe alvinegra disputará a Copa Libertadores, o Paulista e a Copa do Brasil, em que eliminou o Cruzeiro no início de agosto. As Cabulosas seguem na disputa do Campeonato Mineiro.