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Esporte

Casagrande amou Sócrates e disse isso a ele – 18/08/2025 – No Corre

A história dessa declaração de amor já foi contada dezenas de vezes por seu autor, o

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A história dessa declaração de amor já foi contada dezenas de vezes por seu autor, o comentarista de futebol e ex-jogador Casagrande, mas ela permanece arrebatadora.

Ricardo Corrêa e Sergio Xavier Filho, diretores do documentário “Placar – a Revista Militante”, em cartaz nos cinemas de diversas capitais do Brasil, ouviram-na uma vez mais quando entrevistavam Casão para o doc.

O tema era principalmente a Democracia Corinthiana, fundamental também na história da Placar, mas ambos entenderam na mesma hora, à quente, que teriam de mexer no roteiro, pois tinham acabado de gravar algo de que simplesmente não podiam abrir mão. Ouro sobre azul.

Casão já a havia falado no canal SporTV, ao vivo, para o próprio Sócrates, numa tarde de um dia perfeitamente ordinário de outubro de 2011. Eles se reencontravam ali após longo período de distanciamento. Foi, saber-se-ia depois, praticamente a última chance: sete semanas depois, o Doutor morreria, derrubado pelo alcoolismo.

Casão voltaria a dizer que amou Sócrates em inúmeras entrevistas e textos de próprio punho que publica desde então. Mais ainda, junto com o parceiro jornalista Gilvan Ribeiro, escreveu em 2016 o livro “Sócrates & Casagrande – uma História de Amor” (Globolivros), em que, como explica Gilvan, “supre a lacuna” criada por não ter tido tempo de “estreitar novamente a relação” com Magrão desde a declaração de amor no SporTV.

No ambiente retrógrado e machista do futebol brasileiro, mesmo uma declaração de amor fraternal pode soar atravessada. Mas não seria logo um sujeito como Casagrande que se conteria por cálculo ou conservadorismo, ainda mais depois de ter batido na trave em consequência do abuso de drogas, e ainda após longuíssima internação, a princípio involuntária, mas que o livraria da dependência química.

A terapia o ajudou também a dizer eu te amo, e hoje ele é pródigo na declaração, sugerindo a todos os interlocutores que o façam. Já contou que não se declarou à mãe, tão fundamental em sua vida. Com Sócrates, finalmente conseguiu.

De volta ao doc, Casagrande é instado a comentar uma foto em que está de mãos dadas com Magrão, no gramado do Morumbi, na celebração do título paulista de 1982, contra o São Paulo.

“Esta foto aqui, de cara, já mostra o tamanho do carinho que tinha um pelo outro. E hoje eu sei, já sei há um bom tempo, que na realidade a gente era apaixonado, a gente era um casal […], a gente jogava bem porque a gente se amava, a gente saía para beber junto porque a gente se amava, a gente trocava ideia porque a gente se amava.”

A maneira como Corrêa e Serginho deram um “bypass” no plano original e inseriram a declaração no filme foi engenhosa.

Eles abriram um novo capítulo na narrativa, exibindo no documentário fotos históricas da Placar, e essa imagem, dos apaixonados alvinegros de mãos dadas, por JB Scalco, plasmou-se e passou para a posteridade como a do famosíssimo coração suado de Pelé sob a camisa canarinho, por Luiz Paulo Machado, mais uma entre tantas outras a que Placar deu vida –e que, talvez mais precisamente, também deram vida à Placar.


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