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Esporte

Ainda é cedo para os pachecões ficarem tão eufóricos – 24/06/2025 – Tostão

Enquanto as guerras amedrontam o mundo, o futebol está em festa com a Copa do Mundo de C

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Enquanto as guerras amedrontam o mundo, o futebol está em festa com a Copa do Mundo de Clubes. É a ambivalência humana: amor e ódio, alegria e tristeza, comemorações e tragédias.

Vai começar o ganha-ganha, expressão usada por Juca Kfouri, muito mais agradável que o mata-mata. Chega de morte. Outra expressão horrível, que está na moda, é dizer que o time passa por um “controle de carga” para explicar as mudanças feitas pelos treinadores para evitar o cansaço dos jogadores. “Não sois máquinas, homens é que sois”, disse Charles Chaplin.

Os times brasileiros estão melhores do que se esperava, e os europeus, piores do que se previa. Os brasileiros sentem-se em casa nos Estados Unidos, festejados e incentivados por seus torcedores e pelos latinos, que ocupam a maior parte dos estádios. O excessivo calor favorece os brasileiros. Na Copa de 1970, no México, o timaço do Brasil teve ajuda também do calor, com jogos ao meio-dia. No Mundial de seleções, daqui a um ano, os sul-americanos contarão com as vantagens do calor e de se sentirem em casa.

É nítido também o esforço e a gana dos times brasileiros de se superarem. O futebol não é resultante apenas de talento individual e coletivo. Estão presentes também os fatores ambientais, físicos, emocionais e imprevisíveis.

Antes de a bola rolar, haveria uma avaliação exagerada sobre a diferença técnica dos europeus em relação aos brasileiros? Penso que sim. A superioridade não é tão grande. Nos campeonatos mundiais anteriores, vencidos pelos europeus, com apenas um jogo decisivo entre times da Europa e da América do Sul, a equipe europeia tinha terminado de ganhar a Liga dos Campeões, estava em forma, com todos os titulares e no meio da temporada.

No atual Mundial, o único resultado até agora surpreendente no confronto entre brasileiros e europeus foi a vitória por 1 a 0 do Botafogo sobre o PSG, recente campeão da Europa.

Mesmo com a derrota para o Atlético de Madrid por 1 a 0, o Botafogo se classificou para as oitavas de final e vai enfrentar o Palmeiras, que empatou com o Inter Miami por 2 a 2. Será que não dá para o Paulinho jogar mais tempo? O PSG vai jogar contra o time americano, que parece a equipe de veteranos do Barcelona, com Messi, Suárez, Busquets e Jordi Alba, além do técnico Mascherano.

Não foi surpresa a vitória do Flamengo sobre o Chelsea nem as atuações melhores do Palmeiras e do Fluminense nos empates contra o Porto e o Borussia Dortmund, respectivamente. Essas três equipes europeias não estão, no momento, no primeiro nível do futebol europeu.

Independentemente dos resultados, é preciso elogiar o comportamento estratégico das equipes brasileiras, que têm jogado com muita intensidade, compactação, pressão para recuperar a bola, além de alternar as trocas de passes com as transições rápidas da defesa para o ataque. As atuações dos dois técnicos portugueses —Renato Paiva e Abel Ferreira— e dos dois técnicos brasileiros —Filipe Luís e Renato Gaúcho— merecem aplausos.

Ainda é cedo para os pachecões ficarem tão eufóricos. Os europeus começaram a melhorar, preocupados com as críticas que têm sofrido. Apesar das incertezas, não ficarei mais surpreso se uma equipe brasileira for campeã do mundo.


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