

Professora e cinco alunas do Centro de Ensino em Período integral Dom Veloso, em Itumbiara, desenvolveram um gel natural que elimina as larvas do mosquito da Dengue com 100% de eficácia
Um projeto científico desenvolvido por uma professora e cinco alunas do Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Dom Veloso, em Itumbiara (GO), conquistou o 2º lugar na etapa final do Solve for Tomorrow 2025, programa global de Cidadania Corporativa da Samsung coordenado pelo Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária).
A cerimônia de premiação foi realizada nesta terça-feira (02/12), em São Paulo, e reuniu integrantes das dez equipes finalistas da 12ª edição do prêmio. O trabalho, intitulado ‘Efeito de Extratos Vegetais em Aedes aegypti Visando o uso em Estações Disseminadoras de Larvicidas’, se destacou nacionalmente pela sua importância.
A equipe desenvolveu um larvicida natural capaz de eliminar 100% das larvas do mosquito transmissor da dengue, utilizando como base o extrato da planta saboneteira (Sapindus Saponaria). O protótipo utiliza as próprias fêmeas do Aedes aegypti para transportar o larvicida até criadouros de difícil acesso, ampliando o impacto da estratégia.






Gel natural
A proposta substitui substâncias tóxicas tradicionalmente usadas em estações disseminadoras de larvicidas (EDLs) por uma alternativa natural, barata e eficaz. Sob a orientação da professora Ayanda Ferreira Nascimento Lima, as alunas instalaram 18 estações em diferentes pontos da cidade para coletar e monitorar ovos e larvas do mosquito.
A partir desses dados, construíram análises, testaram hipóteses e validaram a eficiência do extrato vegetal no controle do vetor. “O projeto nasceu do aumento de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Com as EDLs, pudemos acompanhar o comportamento do mosquito e avaliar se essa solução pode reduzir focos na comunidade, em parceria com o Departamento de Endemias do município”, explica a professora Ayanda.
Para Helvio Kanamaru, diretor de ESG e Cidadania Corporativa da Samsung para a América Latina, o trabalho das estudantes vai além do desenvolvimento científico. “Esse projeto levanta uma questão essencial de saúde pública. Trabalhar com dados reais e monitoramento mostra o interesse genuíno dessas jovens em contribuir com o bem-estar da comunidade. Também é inspirador ver o protagonismo feminino crescendo na ciência dentro das escolas públicas”, destacou ele.
Prêmio motivou professora
Para além da solução apresentada, a professora Ayanda destaca os avanços no desenvolvimento acadêmico das estudantes: “Houve tomada de decisões baseada em evidências, observação e experimentação. As alunas desenvolveram habilidades como colaboração, comunicação, formulação de hipóteses e análise crítica de dados reais. Foi um processo de aprendizagem muito rico e transformador.”
Ela também ressaltou a importância das mentorias oferecidas na fase semifinal. Uma das sugestões recebidas nesta etapa, que foi testar o larvicida natural em água de torneira, tornou o protótipo ainda mais acessível e eficiente. “O Solve for Tomorrow nos motivou a continuar pesquisando e testando. Hoje, podemos dizer que nos apaixonamos por esse projeto”, conclui. (Texto: Maria José Rodrigues / Fotos: Divulgação)

