sábado 13, setembro, 2025 - 17:17

Esporte

O melhor 4 a 1 da História – 13/09/2025 – Juca Kfouri

O primeiro gol foi do Rei Pelé, aos 19 minutos, de cabeça, em cruzamento de Rivellino,

image_printImprimir


O primeiro gol foi do Rei Pelé, aos 19 minutos, de cabeça, em cruzamento de Rivellino, no lotado Estádio Azteca, na Cidade do México.

O segundo foi de Gérson, aos 66, de fora da área, depois de deixar dois italianos na saudade.

O terceiro quem fez foi Jairzinho, aos 71, ao receber passe da cabeça do Rei em toque preciso e precioso após lançamento de Gérson.

E o quarto, dos mais belos gols da história das Copas, de Carlos Alberto Torres, concluindo lance com a participação de meio time da seleção brasileira, aos 87.

O único gol contra a Canarinha havia sido marcado por Boninsegna, aos 37, fruto de erro de Clodoaldo e saída desastrada do goleiro Félix da área.

Clodoaldo, diga-se, redimiu-se galhardamente do calcanhar mal dado ao iniciar o lance do gol derradeiro com dribles sobre quatro italianos na intermediária brasileira.

O 4 a 1 desencadeou enorme festa do Monte Caburaí ao Arroio do Chuí, em plena ditadura militar.

Não havia Garrastazu Médici capaz de atrapalhar o espetáculo dado pelo time considerado até hoje como o melhor de todas as Copas.

Tudo aconteceu no dia 21 de junho de 1970.

A vitória valia, para os dois lados, a façanha do primeiro tricampeonato mundial e a posse definitiva do troféu Jules Rimet.

Corta para Brasília, 11 de setembro de 2025.

O palco é sala restaurada, depois de ser destruída pelos golpistas de 8 de janeiro de 2023, do Supremo Tribunal Federal.

Os goleadores, para simplificar, foram Xandão, Dino, Carminha e Zanin, quarteto de ataque que fez justiça no placar. O único gol contra foi de Fux.

Pela primeira vez na História do Brasil um ex-presidente é condenado por tentar dar golpe de Estado e se perpetuar no poder.

Com ele, três generais golpistas e um almirante.

Aqui vale publicar os nomes como são conhecidos: Jair Bolsonaro, Augusto Heleno, Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, os do Exército. Almir Garnier, o da Marinha.

O inédito tricampeonato conquistado no México durante ditadura feroz que torturou e matou opositores do regime só aconteceu graças ao talento desmedido dos jogadores.

A ditadura só aconteceu porque, anos antes de se instalar em 1964, membros das Forças Armadas que tentaram golpear o governo de Juscelino Kubitschek foram anistiados.

O mundo ficou encantado com aquela seleção, reverenciada em prosa e verso até hoje, mais de meio século depois do tri.

O mundo também está encantado com a goleada dada pelo STF.

No New York Times, Steven Levistky, autor do best seller “Como as Democracias Morrem”, e Filipe Campante, professor da Universidade Johns Hopkins, publicaram artigo em que dizem que “o Brasil teve sucesso onde os Estados Unidos falharam”.

Em vez de preso, Donald Trump foi eleito presidente novamente —e anistiou os vândalos que invadiram o Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

Daí não fazer sentido algum pensar em anistia para golpista.

Sentido sim faz, brincadeiras à parte, nomear também por extenso, como honraria, ao contrário dos que foram para a lata de lixo da história, os quatro goleadores: Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Cristiano Zanin Martins e Flávio Dino de Castro e Costa.

Quatro enormes brasileiros.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.



Fonte da Notícia

Leave A Comment