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Esporte

Canal com esporte 24 horas na TV aberta tem prós e contras – 11/09/2025 – O Mundo É uma Bola

Na segunda metade dos anos 1980, na minha adolescência, fixei na cabeça este slogan: &#

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Na segunda metade dos anos 1980, na minha adolescência, fixei na cabeça este slogan: “O canal do esporte”. Era o utilizado pela Bandeirantes, que tinha como principal figura o saudoso narrador Luciano do Valle (1947-2014), em suas transmissões esportivas.

A TV por assinatura engatinhava no país, e a emissora sediada no bairro paulistano do Morumbi oferecia no canal 13 (aberto), aos domingos, das 10h às 20h, uma programação totalmente dedicada ao esporte: tinha futebol (Campeonato Italiano), basquete, automobilismo, tênis, vôlei, boxe… e até sinuca (com Rui Chapéu desafiando o britânico Steve Davis).

O Show do Esporte foi o mais próximo que a TV aberta brasileira conseguiu chegar de uma programação setorizada contínua e variada, totalmente gratuita.

Eis que agora, há menos de um mês, entrou no ar, sintonizada em São Paulo no canal 32 e em outros números em outras praças, a Xsports, de propriedade das lojas Kalunga. É uma rede que oferece esporte na TV aberta 24 horas por dia, sete dias por semana.

O que tem lá de bom? Para mim, cujo interesse é o futebol internacional, o cardápio oferta (poucos) jogos do Campeonato Inglês, do Campeonato Espanhol, do Campeonato Italiano, do Campeonato Alemão. Alguns são chamativos: teve Bayern, teve Arsenal.

Teve também Orlando (da Marta) na liga dos EUA, Premier League feminina, Campeonato Português, Campeonato Japonês. E Copas nacionais (Alemanha, Argentina).

O cardápio não é ruim, e há um narrador de peso (Milton Leite, ex-ESPN Brasil e SporTV) e um comentarista bem conhecido (Mauro Beting, ex-um monte de canais).

Afora futebol, a Xsports exibiu até agora, mencionando o que vi, automobilismo (Nascar) e tênis feminino. Há na programação atletismo e os nada atrativos triatlo e esqui. Sedução mínima.

Para passar 24 horas de esportes, nem tudo será interessante, muito menos ao vivo –o dominical Show do Esporte transmitia no seu auge quase tudo ao vivo.

Como a Xsports não produz conteúdo, não realiza mesas-redondas e seus direitos de transmissão são limitados (sublicencia a ESPN), para ocupar espaço na grade há reprises dos jogos e uma variedade de programas especiais.

Um deles, chamado Ultime Clash (na linha “quem é o melhor?”), está datado. Vi um episódio que compara Messi e Maradona, com vitória do segundo, destacando que o Pibe de Oro ganhou a Copa do Mundo de 1986. Só que o cotejo foi feito antes de a Argentina triunfar na Copa do Mundo de 2022. Aí eu quis desligar. E desliguei.

De toda forma, mesmo com imperfeições, é louvável a tentativa da Xsports. Nunca houve nada parecido, nesse modelo, no Brasil.

Em sua incipiência, e apesar de a programação geral não deslumbrar a todos, é melhor ter disponível uma opção 100% esportiva, sem custo, do que não tê-la e precisar assinar TV a cabo para acesso a canais especializados (como SporTV e ESPN) ou caçar nas emissoras tradicionais (Globo, Band, SBT, Record) um raro joguinho.

Só o tempo dirá se a Xsports vai “pegar” em audiência, conseguir ser sustentável (com o advento de anunciantes) e ter continuidade.

À coluna a assessoria da rede disse que ela tem, para conseguir prosperar, “o respaldo de um grupo empresarial forte, com histórico de execução e entrega, e uma gestão responsável e com visão de longo prazo”. Será suficiente?

O que dá para dizer com certeza é que a Xsports é ao pé da letra, sem desmerecer tudo que a Band fez e faz, efetivamente “o canal do esporte”.


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