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Esporte

Só pode jogar pelo país quem joga no país: conheça o Chan – 28/08/2025 – O Mundo É uma Bola

Nairóbi, a capital do Quênia –na minha memória não por eu ter estado lá mas pela s

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Nairóbi, a capital do Quênia –na minha memória não por eu ter estado lá mas pela série “La Casa de Papel” (uma personagem tinha esse apelido)–, sediará neste sábado (30) uma final de futebol.

No estádio do Centro Esportivo Internacional Moi, chamado de “Casa dos Heróis”, Marrocos e Madagascar duelarão para decidir quem será o campeão do Campeonato das Nações Africanas, mais conhecido como Chan.

É a Copa América de lá? É uma das. Há duas: o Chan e a CAN (Copa Africana de Nações). Esta última é a equivalente à Copa América daqui, vencida pelo Brasil pela última vez em 2019.

Se já existe a CAN (cuja primeira das 34 edições ocorreu em 1957), por que a Confederação Africana de Futebol organiza, desde 2009, o bienal Chan? Qual a diferença de um torneio para o outro?

A primordial refere-se ao pé de obra que pode participar. Na CAN, qualquer jogador. No Chan, não: ele é restritivo.

Para facilitar o entendimento, usarei como exemplo o Egito. Na CAN, todo jogador com nacionalidade egípcia está apto a jogar. No Chan, somente os egípcios em atividade no Egito. O mais conhecido –talvez o único conhecido– futebolista dos Faraós, Mohamed Salah, defende o inglês Liverpool. Está, portanto, vetado no Chan.

Com essa regra, que serve para todos os países africanos, a confederação local almeja dar visibilidade ao futebol daqueles que estão, dia a dia, batalhando por um lugar ao sol –no sentido figurado, pois no real todos na África o têm– dentro das próprias fronteiras, e não a quem já está com a vida feita ou bem encaminhada.

Como os brasileiros, milhares de jogadores africanos ambicionam a Europa: infraestrutura melhor, campos melhores, salários melhores. É trocar o “em desenvolvimento” pelo “desenvolvido”. Ambição fácil de ser compreendida e difícil de ser concretizada.

Com duração de quase um mês, o Chan oferece uma vitrine a mais para que talentos domésticos –a África possui em abundância– possam ser observados por olheiros dos endinheirados clubes do velho continente, seja nos estádios, seja nas transmissões na TV ou internet.

O volante malinense Yves Bissouma, 28, destacou-se no Chan de 2016. Transferiu-se para a França (Lille) e depois para a Inglaterra (Brighton, primeiro, e Tottenham, atualmente). É um entre alguns que, via essa Copa da África alternativa, catapultaram a carreira.

A ideia é interessante e poderia ser replicada pela Conmebol, que rege o futebol na América do Sul.

O calendário é apertado? Sim, mas acredito que clubes, jogadores, federações nacionais, patrocinadores e mídia (TV, rádio, streaming) teriam interesse, por motivos distintos.

Todos em acerto, e havendo verba, a organização flui, datas providenciam-se. Poderia ser em janeiro/fevereiro, a cada dois anos, com rodízio de países-sedes. Meu palpite é que haveria bom público.

Na convocação de Carlo Ancelotti para a seleção brasileira, nesta semana, apenas 4 dos 25 atuam no Brasil. Há quem ache pouco, que dá para formar uma equipe competitiva só com atletas daqui.

Hugo Souza; Vitinho, Fabrício Bruno, Léo Ortiz e Guilherme Arana; Marlon Freitas e Jorginho; Alan Patrick e Matheus Pereira; Kaio Jorge e Pedro. Um 11 respeitável e “100% nacional”.

Para jogar esse Brasil? Só com uma “Copa América Chan”.


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