segunda-feira 7, julho, 2025 - 4:28

Esporte

Textor demitiu Paiva do Botafogo para mostrar força – 30/06/2025 – PVC

John Textor beijou o técnico Renato Paiva minutos depois da vitória do Botafogo sobre o

image_printImprimir


John Textor beijou o técnico Renato Paiva minutos depois da vitória do Botafogo sobre o Paris Saint-Germain, o primeiro triunfo de um clube brasileiro sobre um europeu em 13 anos.

Não o beijou para identificá-lo aos soldados, como na Bíblia. Mas demorou só dez dias para agradecer e demitir o treinador que montou a estratégia para ganhar do campeão da Europa.

Quando um presidente norte-americano demite um treinador português, não se pode chamar de “cultura do futebol brasileiro”.

É desrespeito, mesmo!

E falta de planejamento.

No início deste ano, Textor afirmou não ter pressa para a escolha do substituto de Artur Jorge, que arrumou as malas para o Al Raayan, do Qatar. Eram dois os argumentos. O primeiro: melhor demorar e não correr o risco de errar. Ao segundo, mais raso, Textor chamou de “Botafogo way.” O modo Botafogo.

Depois da derrota para o Palmeiras, Textor foi visto descendo para os vestiários do Botafogo indignado. Paiva responde que o estilo defensivo contra o Palmeiras foi imposto pelo adversário: “No Allianz Parque, nossa estratégia foi igual”, diz o treinador, ao comentar os elogios no 0 a 0 de março, contra os mesmos palmeirenses.

No domingo (30), Textor anunciou sua própria saída do Lyon, rebaixado para segunda divisão da França depois de 37 anos, por não oferecer garantias de 100 milhões de euros (R$ 640 milhões) para disputar o próximo campeonato.

Ninguém tira do presidente o direito de se indignar.

Só que o papel de um líder é planejar e conduzir o processo.

A eliminação pode ter acontecido por méritos do adversário, como Filipe Luís admitiu em relação ao Bayern. Por falhas do técnico, que teve méritos dez dias antes. Ou por não ter o controle total de um time que só começou a dirigir há três meses.

O que se espera de alguém adaptado à cultura dos Estados Unidos e da Europa é a tranquilidade para não apertar um botão e iniciar uma guerra nuclear. Ainda que exista gente na Casa Branca capaz de pensar diferente durante a Copa do Mundo.

O Real Madrid enfrentou o Barcelona cinco vezes na temporada passada, perdeu as cinco –1 a 2, 2 a 3, 3 a 4, 0 a 4 e 2 a 5. O presidente furioso teria demitido Carlo Ancelotti cinco vezes no ano e, no entanto, foi o italiano quem pediu demissão para vir à seleção brasileira.

Textor tinha um outro motivo para sua fúria, além do Botafogo. Tinha de responder à crise no Lyon, mostrando ser mais forte do que quem está abaixo de si.

Não bastava anunciar sua própria retirada. Tinha de dar alguma demonstração de ainda estar forte. Então, fora Paiva!

Inegável que sua presença mudou o destino do Botafogo nos últimos três anos. O banqueiro do bicho Emil Pinheiro fez o mesmo entre 1989 e 1992, com dois títulos cariocas e um vice-campeonato brasileiro.

Não mudou o modo de fazer.

O Botafogo “way of life” nada mais é do que o velho jeitinho brasileiro de contratar e demitir mais do que se troca de roupa íntima.

A frase popularizada pelo alemão Jurgen Klopp é ainda mais atual no dia em que o Campeonato Brasileiro chega à nona troca de treinador em onze rodadas e meia. O Campeonato Inglês mudou oito durante toda a temporada.

E ainda nos espantamos, por não conseguir competir com a elite da Europa.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.



Fonte da Notícia

Leave A Comment