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Esporte

Copa de Clubes representa guerra por territórios – 14/06/2025 – Esporte

Matinas Suzuki Jr. escreveu na Folha, no dia da abertura da Copa do Mundo de 1994: &#8220

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Matinas Suzuki Jr. escreveu na Folha, no dia da abertura da Copa do Mundo de 1994: “A Copa tenta conquistar a América“. O pontapé inicial desta nova Copa do Mundo, a de clubes, é de outra natureza.

A um ano do segundo Mundial nos Estados Unidos, o que a Fifa deseja é não perder o controle sobre toda a indústria do futebol, há décadas ameaçado pela tentativa de criação da SuperLiga dos Clubes, primeiro por Silvio Berlusconi, mais recentemente por dirigentes de 12 clubes, de Espanha, Inglaterra, Alemanha e Itália.

Equivoca-se quem pensa que a Fifa promova a Copa de Clubes por dinheiro. A venda de direitos rendeu US$ 1 bilhão (R$ 5,5 bilhões) e é exatamente o valor repassado em premiações.

O xis da questão é não permitir que alguém se apodere dos clubes, que atraem o maior público para o futebol.

O movimento é explícito. O presidente Gianni Infantino grava vídeos há dois anos dando boas-vindas aos novos classificados, e a Fifa faz questão de frisar que o nome oficial é este: Copa do Mundo de Clubes.

A questão é como será nos Estados Unidos.

Os primeiros sinais são de absoluta ignorância dos norte-americanos sobre o que vai acontecer no país nos próximos 31 dias. Entrevistados situados abaixo de cartazes indicativos da Copa afirmam não ter conhecimento do torneio.

Não era muito diferente em 1994.

Os painéis da Copa estavam espalhados pelas cidades, há 31 anos. Estavam por toda a cidade de Palo Alto, onde o Brasil disputou seus dois primeiros jogos.

A Copa de 1994 começou em Chicago, com Alemanha x Bolívia, em 17 de junho. Na mesma noite, cheguei a Los Angeles para cobrir a estreia da Colômbia contra a Romênia. Não havia sinal de Copa do Mundo na cidade.

Silêncio!

Na manhã seguinte, ao sair do hotel, espantei-me com a quantidade de latino-americanos por todos os cantos, de qualquer nacionalidade.

Um susto!

A Copa do Mundo não estava nas ruas nem nos jornais. Fincou terreno nos estádios. Até hoje, a Copa do Mundo de 1994 é recordista de público dos torneios da Fifa.

E era um custo encontrar uma notinha de pé de página no USA Today, menos ainda no The New York Times ou no The Daily News, em San Francisco.

Não dá para saber se a Copa de Clubes repetirá o sucesso. O que já se percebe é a estrondosa presença latina como força motriz do torneio. Palmeirenses e rubro-negros tomaram conta da Times Square, em Nova York, vestindo camisas de seus clubes.

Os aeroportos recebem camisetas de Boca Juniors e River Plate. Torcedores de Monterrey e Pachuca estão silenciosos, mas prontos para invadirem as arquibancadas. Dos 12 estádios, oito têm mais de 60 mil lugares.

Os ingressos micaram até o início da semana, e a Fifa se incomodou com a divulgação dessa informação.

Até porque mais de 30 mil pessoas compraram bilhetes para Palmeiras x Porto, na região de Nova York.

Em 1994, Matinas Suzuki Jr. escreveu que desde Galileu Galilei o mundo não era uma bola de modo tão flagrante. Hoje, mesmo Donald Trump se rendeu ao torneio e reforçou sua aliança com Infantino. Mas há uma contradição: sua adorada Copa só dará certo graças à enorme colaboração dos imigrantes latinos.



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