Um vencedor da Copa do Mundo já é… Donald Trump – 05/12/2025 – Marina Izidro

Entre os rostos sorridentes no sorteio das chaves do Mundial, nesta sexta-feira (5), certamente um deles foi o de Donald Trump.

A Fifa gosta de agradá-lo: deixou que entregasse o troféu ao Chelsea, campeão da Copa do Mundo de Clubes; abriu um escritório na Trump Tower; não reage quando Trump ameaça tirar jogos da Copa de algumas cidades-sede.

O sorteio foi no John F. Kennedy Center, em Washington, do qual Trump é presidente do conselho –dava até para ir andando da Casa Branca. Teve show do Village People, cujo hit-chiclete “YMCA” foi um dos temas de sua campanha presidencial. E, se não ganhou o Nobel, agora tem um Prêmio da Paz para chamar de seu.

A Fifa criou uma honraria e premiou Trump durante a cerimônia. Segundo a imprensa inglesa, a iniciativa teria sido do presidente da entidade, Gianni Infantino, sem lista de indicados nem painel de votação.

Quem é “da galera” também não pôde reclamar. Além do Village People, outro convidado do sorteio foi a estrela da NFL e ex-marido de Gisele Bündchen, Tom Brady, que estava no camarote vip de Trump na final da Copa de Clubes.

Cristiano Ronaldo já estava feliz antes de saber quem Portugal vai enfrentar, já que não vai ficar de fora de nenhuma partida da Copa. CR7 recebeu um cartão vermelho nas Eliminatórias europeias, e a pena era de três jogos de suspensão. Cumpriu um e perderia os dois primeiros do Mundial, mas a Fifa transformou a punição em um período “condicional” por um ano. A decisão foi uma semana depois de o português ter jantado com Trump e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Outros jogadores que sofreram punição semelhante não tiveram o mesmo tratamento.

Vai ser um torneio em que política e esporte vão se misturar até a final, em 19 de julho. Mas, vamos às verdadeiras estrelas do evento –seleções e jogadores.

Em uma competição com 48 equipes divididas em 12 grupos, alguns europeus torciam por um pouco de sorte (estamos falando de você, Alemanha). Os tetracampeões mundiais, que foram eliminados na primeira fase nas duas últimas Copas, caíram em um grupo relativamente tranquilo, com Equador, Costa do Marfim e Curaçao. Mas, com atuações recentes irregulares, chegam humildes à Copa.

A Inglaterra estreia contra a Croácia com um misto de empolgação e desconfiança –o único título mundial no masculino foi em 1966, quando muitos torcedores nem eram nascidos—, fora a decepção com o vice-campeonato nas duas últimas Eurocopasym. Tem novo treinador, o alemão Thomas Tuchel, e um timaço, mas ainda precisam provar até onde podem ir. Panamá e Gana são os outros adversários.

A Espanha, número um do ranking da Fifa, chega como favorita no grupo que tem Uruguai, Arábia Saudita e Cabo Verde, e ao título. A França, sempre perigosa, está na difícil chave que tem Senegal, Noruega e uma equipe que sairá dos playoffs. Portugal enfrenta Colômbia e Uzbequistão e também aguarda o último adversário.

O novo formato também significa que, se Espanha, Argentina, França e Inglaterra, quatro primeiras do ranking, liderarem seus respectivos grupos, só se enfrentam nas semifinais.

A Copa fica cada vez mais real. Acompanharemos a ordem dos confrontos, projeções, a preparação final das seleções. O esporte começará a dominar as manchetes. Se Trump deixar.

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