PS evoca combate de Mário Soares contra unicidade sindical no pós-revolução
“A luta pela liberdade sindical foi a luta por todas as liberdades”, declarou o diretor do “Portugal Socialista”, Porfírio Silva, que tem uma edição dedicada ao centenário do nascimento de Mário Soares, que se assinala no próximo dia 07 de dezembro.
Na Fundação Mário Soares e Maria Barroso, em Lisboa, estiveram presentes o secretário-geral e a líder parlamentar do PS, respetivamente Pedro Nuno Santos e Alexandra Leitão, o fundador do partido, José Leitão, o presidente da Fundação do Oriente, Carlos Monjardino, e dirigentes deste partido como José Luís Carneiro, entre outras figuras políticas.
Porfírio Silva, ex-deputado do PS, explicou aos presentes a razão de o “Portugal Socialista” ter escolhido como tema da sua mais recente edição o “Sindicalismo, democracia e progresso social”.
“Mário Soares foi importante não apenas por ter sido primeiro-ministro e Presidente da República, mas, sobretudo, por aquilo que construiu”, defendeu, antes de se referir à importância do pluralismo sindical.
“Estamos perante um tema de futuro, porque minar o movimento dos trabalhadores, desregulando o sindicalismo, é uma forma de atacar o Estado Social e os direitos dos trabalhadores”, sustentou, já depois de Isabel Soares, filha do fundador do PS, ter lembrado no início desta sessão o “slogan” da luta travada pelo seu pai e por Salgado Zenha contra a unicidade sindical em Portugal: “Soares e Zenha não há quem os detenha”.
Ainda na questão do sindicalismo, Porfírio Silva advogou que o seu partido tem uma característica singular.
“O nosso pluralismo traduz-se também na forma como lidamos com os sindicalistas do PS. Temos sindicalistas nas duas centrais sindicais”, observou, numa intervenção em que também procurou salientar que Mário Soares se distinguiu na História por recusar a lógica do politicamente conveniente.
“Mário Soares caracterizou-se sempre pela frontalidade e pela verticalidade. Disse sempre o que considerava ser mais justo e nunca aquilo que podia ser considerado mais conveniente ou mais simpático. A lógica da simpatia não deixa rasto na história”, declarou.
Na abertura da sessão, Isabel Soares recordou que o Portugal Socialista nasceu em 1967, a partir de Roma, sob impulso do fundador do partido Manuel Tito de Morais.
“Foi um exercício fantástico de resistência”, afirmou Isabel Soares, numa intervenção em que também se referiu à operação militar de 25 de Novembro de 1975.
“O 25 de Novembro não foi uma vitória da direita. Foi uma vitória do PS alcançada na rua. A direita não se via em lado nenhum e estava debaixo do chapéu de chuva do PS”, acrescentou a filha do antigo Presidente da República.