Ministério Público denuncia Augusto Melo por caso VaideBet – 10/07/2025 – Esporte
O Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia à Justiça contra Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians. Ele, os ex-dirigentes Marcelo Mariano e Sérgio Moura e o empresário Alex Fernando André (conhecido como Alex Cassundé) são acusados dos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto.
Como tem feito desde o início do inquérito a respeito de supostas irregularidades no contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet, Augusto negou as acusações. Sua defesa sustenta que ele “não possui qualquer envolvimento com eventuais irregularidades ligadas ao caso”.
De acordo com o MP-SP, houve irregularidade no pagamento de comissões no fechamento do contrato, no início de 2024. Os promotores sustentam que “estão muito claros os caminhos tortuosos e ilegais que o dinheiro percorreu a partir do momento em que saiu dos cofres corintianos”.
Eles entendem que a agremiação alvinegra teve um prejuízo de R$ 40 milhões com o desvio e solicitam que ela seja indenizada nesse valor. Pedem ainda o bloqueio de bens dos homens denunciados. Agora, cabe à Justiça decidir se acata ou não a denúncia e torna os acusados réus.
Todo o caso é ligado ao patrocínio anunciado por Augusto Melo em seus primeiros dias na presidência do Corinthians, um acordo de R$ 370 milhões por três anos com a VaideBet. Surgiram depois questionamentos sobre o pagamento de comissão à empresa Rede Social Media Design, propriedade de Alex Cassundé.
Em seu inquérito, a Polícia Civil concluiu que Cassundé “não foi o intermediário”. Apontou ainda que sua inserção no negócio configurou “ardilosa simulação para, inequivocadamente, possibilitar que recursos financeiros do clube fossem ilegalmente desviados”. Após o indiciamento por parte da polícia, o Ministério Público levou o caso adiante e agora ofereceu a denúncia.
A VaideBet anunciou em junho do ano passado a rescisão unilateral do contrato com o Corinthians, apontado prejuízos à sua imagem. Augusto Melo enfrentou, então, pressões políticas no clube a acabou sendo afastado da presidência, em maio deste ano, em votação do Conselho Deliberativo.
Está marcada para 9 de agosto uma assembleia geral de sócios no Parque São Jorge. Os associados da agremiação preta e branca decidirão pelo afastamento definitivo –com a marcação de eleições indiretas, para a conclusão do mandato, até o fim de 2026– ou pelo retorno do presidente à sua cadeira.
O caso, agora, está com a Justiça, o que não surpreendeu Augusto. Sua defesa disse que “já havia antecipado essa possibilidade, considerando o histórico do procedimento investigativo que perdura há mais de um ano”. “É evidente que uma investigação tão prolongada, mantida ativa por tanto tempo, apontava para o oferecimento de denúncia como desfecho natural, ainda que previsível”, acrescentou.
A nota divulgada pelos advogados do presidente afastado do Corinthians aponta ainda “uma narrativa genérica e pouco fundamentada, o que compromete o pleno exercício da ampla defesa e do contraditório”.
“A defesa já está enfrentando o conteúdo da denúncia com o devido rigor jurídico e confia que a verdade será restabelecida no curso do processo, com o devido respeito aos direitos e garantias constitucionais do presidente Augusto Melo”, conclui o time jurídico.