Marta busca na Copa América seu sexto título pela seleção – 01/08/2025 – Esporte
Ao se colocar à disposição da seleção brasileira para disputar a Copa América, Marta, 39, sabia que tinha grandes chances de ampliar sua já vitoriosa galeria de títulos. Finalista em todas as edições do torneio, o Brasil conquistou oito troféus, um retrospecto que reforça o favoritismo da equipe.
Neste sábado (2), às 18h (de Brasília), a seleção disputará sua décima decisão, diante da Colômbia, adversária que traz boas lembranças para a camisa 10. Tricampeã continental, Marta enfrentou as colombianas nas três finais que venceu: em 2010, 2014 e 2022.
Mas o reencontro não se limita à rivalidade esportiva. A decisão também carrega um forte simbolismo, tanto para Marta quanto para o grupo brasileiro. Além da busca por mais uma conquista, a partida marca o ápice de uma campanha que tem servido como palco para críticas à Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) pela forma como a entidade trata o futebol feminino.
Desde o início do torneio em Quito, no Equador, jogadoras brasileiras vêm denunciando publicamente a responsável pela organização da competição. As jogadoras criticaram as más condições dos gramados, aquecimento e logística nos estádios, além da ausência de VAR (árbitro de vídeo) em duelos importantes. A Conmebol respondeu com mudanças tardias.
Marta tem usado sua projeção para amplificar essas denúncias, reforçando seu papel não apenas como líder esportivo, mas como uma das principais vozes do futebol feminino mundial.
Eleita a melhor jogadora da semifinal contra o Uruguai, quando marcou um dos cinco gols da vitória da equipe verde e amarela por 5 a 1, a veterana disse que, apesar dos problemas no torneio, se sente “muito feliz por vivenciar este momento com a seleção brasileira”.
Assim como aconteceu depois da final do último torneio olímpico, quando o Brasil perdeu a medalha de ouro para os Estados Unidos, Marta tem dado sinais de que seu ciclo está na seleção está terminando. Os Jogos de Paris poderiam ter sido o ponto final, mas agora fica a expectativa sobre a decisão dela após a Copa América.
Em diversas entrevistas, a jogadora disse estar preparando o fim de sua carreira, e que a nova geração já está pronta para assumir o protagonismo. Ela não participou de todos os amistosos de 2024 e chegou a ser poupada em convocações.
Sua presença na Copa América teve peso simbólico: liderar uma transição, reforçar a luta por igualdade e encerrar a trajetória em alto nível.
“Se esta for realmente a última Copa América dela, deve ser especial”, disse Angelina, companheira da camisa 10 na seleção e no Orlando Pride.
“É sensacional poder vivenciar esses momentos com ela. Temos que aproveitar cada momento, porque não é todo dia que você pode compartilhar com a melhor jogadora do mundo, isso é único”, acrescentou.
Marta é a maior artilheira da história das Copas do Mundo, masculinas e femininas, com 17 gols, mas faltam a ela alguns dos grandes títulos com a seleção principal. Ela nunca venceu uma Copa do Mundo ou ganhou um ouro olímpico —nos Jogos de Paris 2024, ela ficou com a prata.
A Copa América pode ser seu último troféu relevante com a camisa da seleção, e a despedida ideal de uma carreira histórica. Com a camisa amarela, ela tem cinco conquistas. Além do tricampeonato da Copa América, ganhou duas vezes os Jogos Pan-Americanos (2003 e 2007).
O Brasil já está automaticamente classificado para a Copa do Mundo Feminina 2027, por ser o país-sede, por isso não teria nenhuma outra competição oficial até lá, apenas amistosos. Antes da disputa da Copa América, Marta deixou em aberto a possibilidade de participar da competição.
“Como brasileira, desde o primeiro momento que escolheram o Brasil para sediar a Copa, sempre pensamos em jogar. Mas quero viver um dia de cada vez, o meu pensamento não vai mudar pelo Mundial ser aqui”, afirmou.