Eliminatórias da Copa: dúvidas no Brasil, pânico na Europa – 12/09/2025 – Marina Izidro

Pior campanha da história do Brasil em Eliminatórias para a Copa do Mundo. A frase foi repetida várias vezes nesta semana em debates esportivos depois da derrota para a Bolívia e o quinto lugar no grupo da América do Sul. Por mais que hoje haja dúvidas sobre o que vai acontecer com a seleção brasileira no Mundial, fato é que está classificada. Aqui na Europa, nenhuma está oficialmente na Copa. Equipes com tradição no futebol estão com o alerta de pânico ligado.

As difíceis Eliminatórias europeias acontecem de uma forma diferente das sul-americanas. Cinquenta e quatro seleções estão divididas em 12 grupos de quatro ou cinco equipes que jogam entre si, entre março e novembro deste ano. Quem terminar em primeiro consegue vaga direta. Segundos colocados e as quatro mais bem ranqueadas e que lideraram seus grupos na Liga das Nações da Uefa, mas que não terminaram em primeiro lugar ou vice nos grupos das Eliminatórias da Copa, disputam play-offs.

Essa segunda etapa define as quatro últimas vagas, sendo 16 no total para a Europa, e termina em março do ano que vem. Para complicar ainda mais, nos grupos com cinco equipes, as seleções já jogaram cinco partidas cada uma, enquanto os que têm quatro equipes, apenas dois jogos cada uma.

O medo assola a Alemanha. Os tetracampeões mundiais, atualmente em nono lugar no ranking da Fifa, estão na terceira colocação em um grupo com Eslováquia (52º), Irlanda do Norte (71º) e Luxemburgo (92º) e, portanto, por enquanto, fora da Copa.

Mas nenhuma seleção preocupa mais que a da Itália. Na última data Fifa, que terminou nesta semana, os italianos deram a vida na partida contra Israel, vencendo por 5 a 4 nos acréscimos. Subiram de terceiro para segundo lugar no grupo, tendo um jogo a menos.

Play-offs são traumáticos para a Itália porque foi assim que ficou de fora das duas últimas Copas. Conquistaram a Eurocopa em 2021, mas os últimos anos têm sido instáveis.

A missão de não deixar o pesadelo se repetir para a Azzurra pela terceira vez seguida cabe ao ex-jogador campeão mundial em 2006 e recém-contratado Gennaro Gattuso –sim, há outras seleções trocando de técnico em cima da hora. Torço por eles, porque acho que uma Copa sem a Itália tem muito menos graça.

A situação atual significa que a Noruega de Erling Haaland, líder do grupo que também tem Estônia e Moldávia, tem chances reais de finalmente ir para o torneio, o que não acontece desde 1998, quando o atacante nem tinha nascido.

A Inglaterra de Harry Kane, a França de Kylian Mbappé, a Espanha de Lamine Yamal e Portugal de Cristiano Ronaldo lideram seus grupos, estão invictos e têm a situação sob controle –por enquanto. Os ingleses venceram as cinco partidas que disputaram, incluindo um 5 x 0 sobre a Sérvia nesta semana. Mas em um grupo sem rivais à altura, que também tem Albânia, Letônia e Andorra, é difícil medir o nível real dessa equipe, o que deixa torcedores e jornalistas desconfiados com sua seleção.

Além disso, como o campeão de uma Copa do Mundo pode ser quem está melhor no momento, e não muito antes, é difícil cravar um favorito entre 48 seleções do torneio que começa em 11 de junho nos Estados Unidos, Canadá e México.

Os verdadeiros desafios virão em breve.

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