Bruno Henrique vira réu por estelionato – 04/12/2025 – Esporte
A Terceira Turma Criminal do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) acolheu, nesta quinta-feira (4), um recurso do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), ligado ao MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios), e decidiu tornar o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, réu por estelionato. A decisão foi unânime.
Em julho, a Justiça do DF já havia tornado o atleta réu por fraude esportiva. Na ocasião, o juiz Fernando Brandini Barbagalo, da primeira instância, rejeitou incluir a acusação de estelionato, sob o argumento de que a denúncia não apresentava elementos suficientes. Ele também destacou que, como as casas de apostas não se manifestaram formalmente nos autos, não haveria vítima —e, sem vítima, não haveria estelionato.
Para os desembargadores, porém, a existência de apurações conduzidas por instituições como a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a Ibia (Associação Internacional de Integridade em Apostas) já é suficiente para sustentar o prosseguimento da ação penal.
Bruno Henrique é acusado de informar ao irmão, Wander Nunes Junior, que receberia um cartão amarelo no jogo entre Flamengo e Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023. Wander, segundo a denúncia, apostou na ocorrência do cartão e repassou a informação a outras pessoas.
Na esfera esportiva, o atleta foi apenas multado pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e continuou atuando normalmente, participando da reta final do Brasileiro deste ano e da decisão da Copa Libertadores.
Em nota, a defesa do jogador criticou a nova decisão.
“A defesa do atleta Bruno Henrique recebeu com indignação a notícia do julgamento que acatou recurso do MPDFT para abrir ação penal quanto a um suposto crime de estelionato, fato que contraria decisão fundamentada do juiz de primeira instância. Com confiança no Poder Judiciário, será apresentado recurso aos órgãos competentes, que demonstrará, mais uma vez, o claro equívoco da denúncia.”
O recurso será levado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).