Ausência de Neymar preenche uma lacuna – 27/08/2025 – Juca Kfouri


O começo da convocação preocupou.

Dos três goleiros, só Alisson, o titular, fez sentido.

Nem Bento nem Hugo Souza estão à altura de defender a meta da seleção brasileira.

Bento joga no futebol cuja régua é apenas a dos petrodólares (e parabéns para os afortunados que fazem a alegria dos sheiks árabes) e o goleiro corintiano ainda tem muitos defeitos a serem corrigidos; nas saídas do gol, na habilidade com os pés e no equilíbrio emocional, além de se desconcentrar com preocupante constância.

Daí em diante, a convocação acertou, porque os dois jogos que só cumprirão tabela nas Eliminatórias devem mesmo ser úteis para observação de alguns jogadores ainda desconhecidos no dia a dia com o treinador italiano.

Que merece aplausos pelo esforço em falar português.

Como deve ser aplaudido em pé por deixar Neymar fora da lista, fisicamente longe de ser competitivo, ausência que preenche uma lacuna e respeita quem disputa com a bola, não com o nome.

O Chile em 10° lugar e a Bolívia em 8º estão longe de merecer preocupação — a não ser por La Paz, que tem a altitude como arma.

Egoísmo

É obrigação do dirigente de qualquer clube defender os interesses da agremiação que comanda.

Quando a defesa contraria todos, vira olhar apenas para o próprio umbigo e antipatia.

Acertou a CBF ao remendar o calendário diante das circunstâncias surgidas com os resultados da Libertadores.

Errou o Flamengo ao ser a voz dissonante, e antipática, em mais uma demonstração de que pouco se importa com os demais, adepto da política farinha pouca, meu pirão primeiro.

Por essas e por outras é que a liga de clubes segue como utopia no atrasado futebol brasileiro.

Velho novo

Osmar Stabile ganhou de lavada e será presidente do Corinthians até dezembro do ano que vem.

Roubar o clube nada indica que irá, o que, no caso corintiano, é avanço digno de nota.

Se será capaz de adotar as duras medidas para começar a resolver a insolvência alvinegra é a legítima dúvida que os sensatos da Fiel esperam ver dirimida.

Entrará para a história se botar o clube de maior potencial econômico do Brasil nos trilhos.

Será mais um na lata do lixo da história se for apenas mais do mesmo.

Que bonito é

Cobrava-se do Palmeiras desempenho à altura do elenco contra o lanterna, Sport. A atuação apareceu no 3 a 0, que, se tivesse sido 6 a 0, estaria de acordo com o que mostrou.

Cobrava-se do Flamengo eficácia proporcional ao elenco, tantas eram as oportunidades criadas e tão poucos os gols comemorados em alguns jogos.

A resposta apareceu retumbante.

Contra o primeiro dos últimos, o baiano Vitória, o rubro-negro maravilhou os presentes no Maracanã, mais de 47 mil torcedores, e quem mais teve a alegria de ver o show pela televisão.

Além da exibição de gala, do enfeitiçado toque de bola, alguns dos gols foram simplesmente mágicos, resultado de jogadas coletivas, de cavadinhas ou do elástico de Pedro digno do inventor do drible, o genial Roberto Rivellino, criado no futebol de salão.

O Palmeiras agradou. O Flamengo deslumbrou.


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