A maldição dos dispendiosos: resultado aquém do esperado – 04/09/2025 – O Mundo É uma Bola
No crepúsculo da janela de transferências na Inglaterra, na segunda-feira (1º), o Liverpool, atual campeão da Premier League, concretizou a maior contratação de sua história.
Por 145 milhões de euros (R$ 920 milhões), trouxe do Newscastle para suas fileiras o centroavante sueco Alexander Isak, 25, vice-artilheiro do Campeonato Inglês de 2024/2025, com 23 gols em 34 partidas –à frente dele, só o egípcio Mohamed Salah (29 gols em 38 partidas), de quem será colega nos Reds.
O dispêndio do Liverpool é arriscado. Os fatos mostram que os jogadores mais caros estiveram longe de render para seus contratantes o resultado desejado. Tornaram-se decepções.
Os três futebolistas por quem mais se pagou até hoje são Neymar (do Barcelona para o PSG, 222 milhões de euros), o francês Mbappé (do Monaco para o PSG, 180 milhões de euros) e outro francês, Dembélé (do Borussia Dortmund para o Barcelona, 148 milhões de euros).
O quarto nesse ranking é Isak, e o quinto, Philippe Coutinho (do Liverpool para o Barcelona, 135 milhões de euros).
Ao pagar essas fábulas, o que os clubes esperam? Um retorno à altura, o que na Europa significa não somente apresentar um futebol fastuoso, repleto de gols e assistências, mas liderar a equipe a conquistas que extrapolem o terreno nacional: Champions League e Mundial.
Quantas Champions Neymar faturou com o PSG de 2017 a 2023? Zero. Mbappé, também pelo time parisiense, de 2017 a 2024? Zero. Dembélé, com o azul e grená catalão, de 2017 a 2023? Zero. Coutinho, pelo mesmo Barça, de 2018 a 2022? Zero.
Os dois brasucas, Neymar e Coutinho, 33 anos cada um, estão de volta ao Brasil (no Santos e no Vasco, respectivamente), com alguns momentos de brilho e em luta contra o corpo desgastado que os empurra para a aposentadoria.
Há a expectativa de que Neymar ainda dispute mais uma Copa pelo Brasil, a de 2026 (seria sua quarta), mas a queda física, com constantes lesões, põe em dúvida essa perspectiva.
É interessante constatar que, à exceção de Isak, os mais caros possuem Champions League e/ou Mundial no currículo, só que não pelo clube que desembolsou a dinheirama por eles.
Neymar ganhou Champions e Mundial em 2015, pelo Barcelona, em ataque memorável com Messi e Suárez. Coutinho venceu, emprestado e sendo reserva, a Champions com a camisa do Bayern de Munique, em 2020, superando Neymar e o PSG na final. Dembélé triunfou pelo PSG, em maio último.
Mbappé, em seu primeiro ano de Real Madrid, sagrou-se campeão mundial no final de 2024, em torneio renomeado pela Fifa para Copa Intercontinental a fim de não ser confundido com o novo Mundial de Clubes, realizado com 32 equipes no meio deste ano.
Acontecimentos relembrados, conclui-se que a compensação pelo altíssimo investimento nessa quadra de jogadores ficou bem aquém da esperada pelos clubes.
Certamente Neymar e Mbappé não deixam saudade no PSG, que chegou ao topo da Europa sem eles, nem Dembélé (hoje astro na capital francesa) e Coutinho no Barcelona.
E quanto a Isak? Chega para fortalecer ainda mais o supertime do super-rico Liverpool, favorito a ganhar tudo nesta temporada, incluindo a cobiçada Champions.
Contra o artilheiro sueco, apenas uma incômoda realidade: a maldição dos dispendiosos.
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